terça-feira, março 10, 2009

Audiovisual Infrasensorial?

Boa terça-feira, caros leitores!


Pessoalmente, sempre fui um inimigo do videoclipe. Enquanto meus colegas de adolescência fixavam os olhos na telinha da tevê para assistir Clip Trip, Top20 da MTV e outras baboseiras, eu me perguntava: "Se a música fosse boa, não precisava de imagens; se as imagens fossem boas não precisavam da música".

Mas isso foi muito tempo atrás. Hoje, não concordo com o Vicente de 1991. Pelo menos, não no cerne da questão. Ainda me desgostam os clipes, tanto pela edição irritante quanto pelo fato de não agregarem à música.

Em tempo: esse é o momento em que devo admitir meu gosto pessoal por qualquer clipe que se resume à banda tocando. Adoro.

De todo jeito, o Vicente de 1992 estava certo nesse ponto. Os clipes geralmente tentam contar a mesma história que a música. É difícil um clipe realmente somar vídeo + áudio e vir com algo interessante, da mesma expressiva poética que define a formula pão + carne = hambúrguer.

E por quê há clipes? A banda quer aparecer, mostrar sua imagem, e melhor, VENDER DISCOS! Nem tanto, hoje em dia, já que muitas bandas querem apenas cliques, eyeballs, unique visitors, downloads em sua página no MySpace. Plus ce change, plus ce meme chose (se alguém souber francês, adicione os acentos).

Uma narrativa audiovisual deve acrescentar sentido à música e vice-versa. Na ópera, as atuações e os cenários são ruins, porque estão apenas dando suporte à música, espetacular. Nos musicais da Broadway e o Teatro Abril, peca-se pela superprodução. Estou aqui pela cantoria e pela música, ou pelos cenários de 30 mil cristais? Estarão realmente as colinas vivas com o som da música ou com o som de bolsos fundos que pagam modernos e novos efeitos especiais?

Se o vídeo é mais importante, então o áudio se torna a ferramenta da sutileza. Assista à cena do esfaqueamento no box do banheiro de "Psicose" sem os acordes de cordas dissonantes, assista "Terremoto" sem subwoofers, assista "Guerra nas Estrelas" ("Star Wars" para os mais jovens) e me digam o que acham de um filme sem trilha. É esquisito, e não funciona.

Chega de teoria. Assistam o vídeo anexo e aprendam na prática.


Prestem atenção em tudo que assistem e ouvem. Vale a pena.

2 Comments:

Blogger Leco Peres said...

Genial!
Belo achado, belas considerações!
Acredito que a Faixa de Gaza seria uma bela escola para novas óperas desse tipo!
Abrxxx

5:38 PM  
Anonymous Anônimo said...

Adorei o video e o seu blog!
Estarei sempre que puder por aqui.
Abraços.

11:43 AM  

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